terça-feira, 14 de julho de 2009

Doença periodontal


Doença periodontal é uma doença infecto-inflamatória que acomete os tecidos de suporte (gengiva) e sustentação (cemento, ligamento periodontal e osso) dos dentes. Caracteriza-se pela perda de inserção do ligamento periodontal e destruição dos tecido ósseo adjacente. A evolução deste processo leva à perda dos dentes, pois o comprometimento e a destruição, pela acção bacteriana, acúmulo de tártaro e inflamação destas estruturas colaboram para a formação de bolsas periodontais que levam à mobilidade dentária.

Entende-se por doença periodontal um conjunto de condições inflamatórias, de carater crônico e de origem bacteriana que começa afetando o tecido gengival e pode levar, com o tempo, à perda dos tecidos de suporte dos dentes. Os microrganismos responsáveis por esses eventos estão presentes na placa bacteriana dental.
A placa bacteriana é o principal fator etiológico da doença periodontal como foi demostrado de forma inequívoca pelo trabalho clássico sobre gengivite experimental em humanos de Löe e colaboradores. Nesse estudo, que representa um marco histórico ao entendimento dos fatores etiológicos da doença periodontal partindo-se de um quadro clínico de gengiva saudável, o livre acúmulo de placa bacteriana na superfície dental, foi capaz de produzir gengivite em períodos de 7 a 21 dias. Com a retomada regular e eficaz das medidas de higiene bucal por parte do indivíduo, uma gengiva novamente saudável foi observada dentro de alguns dias.
O termo gengivite refere-se a inflamação de gengiva marginal e é de caráter reversível, enquanto que por doença periodontal destrutiva ou periodontite é referida a inflamação dos tecidos de suporte de dente, detectada pela presença de sangramento à sondagem e perda de inserção - osso, cemento e ligamento periodontal -, resultando disso a formação de bolsa periodontal.
A gengivite - a mais comum das doenças periodontais -, pode ocorrer em qualquer indivíduo se houver acúmulo suficiente de placa bacteriana dental na margem e/ou nível dentogengival. É considerada uma doença infecto-inflamatória, caracterizando-se por vermelhidão da gengiva marginal, edema, e sangramento à sondagem. A inflamação na margem gengival é devida a uma resposta ao acúmulo gradual de biomassa supragengival. Os microrganismos mais comuns associados são da espécie estreptococos, Actinonicetes e espiroquetas.
Para se evitar a doença deve-se manter sempre bem limpos e higienizados os dentes e a região onde eles se instalam, e se consultar com um dentista regularmente.
Esta doença tem o seu desenvolvimento mais acelerado em paciente diabéticos, imunossuprimidos e fumantes. Existem vários índices através dos quais é possível avaliar o grau de doença periodontal.
Nos últimos anos,o tema DOENÇA PERIODONTAL vem ganhando ainda maior destaque pela sua correlação em Medicina, particularmente na OBSTETRÍCIA, pela sua relação direta com desfechos desfavoráveis em gestações, como parto prematuro e óbitos neonatais associados a sepsis do recém-nascidos por microorganismos bacterianos ligados aos estreptococos do grupo B.

Etiologia

A etiologia da doença periodontal e gengival é microbiana, sendo agravada quando a higiene bucal é negligenciada. Neste sentido, Genco (1996) considera ser a doença periodontal induzida por alterações qualitativas da microflora presente na cavidade bucal, alterações essas que podem modificar o equilíbrio entre os microrganismos e o hospedeiro, permitindo o estabelecimento de resposta inflamatória. É, portanto, uma infecção oportunista.
Mais de trezentas espécies de microrganismos foram isolados da área subgengival, mas apenas cerca de vinte a trinta são considerados periodontopatogênicas.
A agressão aos tecidos periodontais se faz sentir pela liberação de produtos bacterianos como enzimas, endo e exotoxina, alérgenos. Contrapondo-se a ela há a resposta do hospedeiro (fatores de defesa), o que pode explicar a diferença de suscetibilidade e severidade da doença.
Além da placa bacteriana dental presente na superfície do dente, diversos fatores podem interagir, modificando o ambiente do sulco gengival, favorecendo a proliferação e multiplicação de microrganismos. Nesse sentido, cabe referir o papel desempenhado pelo cálculo dental (placa bacteriana calcificada) e pelos fatores retentivos de placa, em especial as reconstruções dentais com excessos que dificultam a remoção mecânica da placa e modificam o equilíbrio ecológico da bolsa.
A seqüência de eventos de uma gengiva clinicamente sadia até a gengivite foi determinada por inúmeros estudos epidemiológicos e clínicos. Embora a transição de gengivite para periodontite em humanos não esteja determinada de modo claro, estudos em animais comprovam desde que suprimida a adequada higiene bucal por um tempo significativo. O fato de que nem toda gengivite evolui para periodontite -no entanto, toda periodontite, num determinado momento, foi precedida de uma gengivite - parece reforçar ainda mais a natureza complexa do processo.

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